Talvez hoje não seja o dia mais aguardado do ano... Não é sequer véspera de feriado, nem guarda a alegria do sábado... Meus domingos são tristes... Mas hoje vivo uma manhã dominical atípica.
Acordei cedo, tomei café com minha mãe, com quem também brinquei de conversar no quintal... Vesti uma roupa branca e me pus a embalar segredos em uma rede púrpura. Elevei um sorriso a Deus, pedindo para que me fizesse novo... Devorei-me!
Fiquei a imaginar quantos de nós temos vivido nossos dias em casa como em calabouços... Abri a janela do meu quarto e deixei que o som dos pardais, filhos de Nosso Senhor, inspirassem um canto novo na minha vontade de saltar... Dei pulos, explodi em sambas, desenhei casas de chão queimado e convidei a brisa para estender comigo algumas roupas no varal...
Como a existência me consome na inesgotável vontade de Ser!
Entre o númeno e o fenômeno, a opção pela harmonia... ou, simplesmente, por outonos d'alma...
Depois do almoço carinhosamente preparado e cultuado pelas mãos de uma mulher vivida, o sono dos, enfim, justos! E mais um rito se eleva... Clarice e Roberta Sá são eleitas para o despertar da tarde... Folia, amigos e a não-espera da segunda-feira...
Mais uma oração: assim seja ...